Notícias & Artigos

Acompanhe as notícias, artigos e estudos mais relevantes do universo canábico e psicodélico, no Brasil e no mundo. 

Terapias assistidas com psicodélicos

O renascimento das terapias assistidas com psicodélicos é um fato no Brasil e no mundo. Substâncias psicodélicas já foram utilizadas pela medicina ocidental até a década de 1960 em pesquisas e práticas clínicas com resultados positivos para diversos grupos populacionais, entre eles os alcoolistas e os deprimidos. Entretanto, o proibicionismo impediu maiores avanços no campo, ao impedir o uso de substâncias psicodélicas até para pesquisas científicas, salvo raríssimas exceções.  

Desde os anos 2000, porém, estamos presenciando um retorno gradual e um aumento significativo nas pesquisas com essas substâncias para diversos fins terapêuticos, entre os quais merece destaque a utilização do MDMA, para estresse pós-traumático, e da Cetamina, para depressão. Além dessas utilidades comprovadas, há diversos estudos que indicam potenciais terapêuticos da ayahuasca, da ibogaína e dos cogumelos para questões como alcoolismo, uso problemático de opiáceos, entre outros. 

Frisamos que nós da Cannadélica não comercializamos qualquer tipo de substância psicodélica, tampouco incentivamos ou fazemos apologia de qualquer prática que não esteja dentro dos códigos de ética profissionais e dos preceitos constitucionais brasileiros.

Orientações básicas

Nossos profissionais orientam as pessoas interessadas nas terapias assistidas com psicodélicos a encontrar sua melhor forma de utilização. Exploramos indicações e contra-indicações de consumo e para quais finalidades. Acreditamos nos potenciais terapêuticos dessas substâncias, contudo, como qualquer consumo de substância psicoativa, devemos considerar três dimensões do uso para prevenir efeitos desagradáveis: 1) conhecimento sobre as substâncias, 2) contexto ou ambiente de uso (set) adequado e 3) corpo/subjetividade (setting) preparado e consciente para as experiências.

Enfatizamos que as substâncias psicoativas não são uma panaceia e nem adequadas para todas as pessoas. Elas devem ser administradas sob supervisão adequada de profissionais experientes.

Processo de Preparação e Integração

A Cannadélica entende que além das sessões assistidas com substâncias psicodélicas, há duas etapas tão importantes quanto: Preparação e Integração

Essas etapas consistem em atendimentos – psicológicos e médicos – baseados nos protocolos clínicos de boas práticas. É importante que o profissional tenha uma postura humana e empática, estabelecendo uma relação de confiança e autenticidade com o paciente. O conhecimento profundo da ação das substâncias e dos protocolos clínicos é essencial para guiar com precisão e segurança todas as experiências emocionais que surgirem durante o tratamento. 

Os protocolos oferecidos pela Cannadélica são para as terapias com Cetamina e Ibogaína, ambas substâncias permitidas no Brasil. Para as demais, como ayahuasca, MDMA, psilocibina (cogumelos) e afins, oferecemos orientações básicas. 

Para cada substância, há protocolos distintos de preparação e integração. Basicamente, a etapa de preparação consiste em avaliar a indicação terapêutica, fatores de riscos e benefícios, históricos pessoais e familiares do paciente e, em especial, prepará-lo o máximo possível para o melhor aproveitamento da experiência durante as sessões. 

Trabalhamos em parceria com clínicas autorizadas e hospitais que realizam os procedimentos das terapias assistidas com psicodélicos, dentro de padrões certificados de segurança e qualidade.

A etapa de integração, por sua vez, consiste na possibilidade do paciente elaborar, significar e interpretar as experiências subjetivas ocorridas durante as sessões com psicodélicos. Entendemos que, para além das dimensões fisiológicas, neuroquímicas e afins que ocorrem no corpo/cérebro do paciente durante os efeitos das substâncias psicodélicas, há a dimensão subjetiva de conteúdos que emergem da experiência. Trabalhar esses conteúdos é fundamental. O objetivo é ressignificar traumas e crenças do passado que afetam negativamente o presente. O profissional ajuda o paciente no caminho dessa ressignificação.

TIPOS DE SPA

Cetamina 

A Terapia Assistida com Cetamina é uma abordagem inovadora que tem se mostrado eficaz no tratamento de diversas condições neuropsiquiátricas, como depressão, transtornos de estresse pós-traumático, transtornos de ansiedade generalizada e dor crônica. 

A cetamina é um anestésico que, quando administrado em doses controladas e em ambiente médico, tem efeito antidepressivo e ação psicodélica, provocando um estado alterado de consciência, de modo a ampliar a manifestação da mente. Isso permite ao paciente revisitar experiências e sentimentos passados que causaram sofrimento e ainda afetam sua vida no presente. 

A combinação da cetamina com a psicoterapia induz à expansão da consciência, potencializando o efeito da medicação. Isso leva a um maior enfrentamento dos conteúdos subjetivos, quebrando resistências e o medo de acessar o inconsciente e lembranças dolorosas. 

Além de tratar condições neuropsiquiátricas, essa terapia oferece melhor qualidade de vida a pacientes com doenças terminais. Ela promove uma ressignificação da vida e uma maior aceitação em relação à própria doença.

Ibogaína

A Ibogaína é o princípio ativo da raiz de uma planta africana chamada iboga. Essa planta possui propriedades alucinógenas e é utilizada em algumas cerimônias religiosas em regiões da África. Há algumas décadas, ela tem sido utilizada também em ambientes médicos/hospitalares para o tratamento de pessoas com consumo problemático de substâncias psicoativas, devido aos efeitos semelhantes nos neurotransmissores serotonina e dopamina, o que reduz a vontade de consumo e as crises de abstinência.

Vale salientar que as pessoas interessadas no tratamento com ibogaína não devem fazer uso de outras drogas – ecstasy, cocaína e/ou afins – por várias semanas antes do uso do medicamento.

Cogumelos

As terapias assistidas por psilocibina (princípio psicoativo encontrado nos chamados “cogumelos mágicos” – fungos tradicionais do gênero Psilocybe) têm somado crescentes evidências de benefício no tratamento da depressão, condição psiquiátrica de prevalência em 15,5% no Brasil (Ministério da Saúde, 2022).

A carência de tratamentos eficientes e inovadores para a depressão desde a popularização de ISRS (Inibidores seletivos de recaptação da serotonina), a partir da fluoxetina em 1986, bem como o aumento da incidência de depressão associada, clama por uma nova modalidade terapêutica para diminuir tamanho prejuízo na saúde mental contemporânea. 

Pesquisas recentes têm revelado eficácia significativa e duradoura a partir do uso de dose singular de psilocibina, em contexto (set e setting) apropriado, assistido por profissionais da saúde capacitados para o acompanhamento em terapia assistida por psicodélicos.

No Brasil, a psilocibina é, atualmente, restrita à área de pesquisa, pois está classificada na lista F2 da Anvisa (substâncias psicotrópicas de uso proscrito no país). 

No entanto, alguns tipos de cogumelos, que contêm a substância como princípio ativo, não encontram restrições legais: eles são livremente comercializados em território nacional. Por isso, diversas pessoas que sofrem de depressão e/ou outros tipos de sofrimento psíquico têm buscado ajuda no uso do cogumelo. Contudo, sem o zelo de um ambiente terapêutico, de pesquisa, ou de uso tradicional da substância, as famosas “bad trips” podem ser experienciadas. Para diminuir ou mesmo evitar tais efeitos indesejados é que entramos com as etapas de preparação e integração psicodélica.

Ayahuasca

Nos anos recentes, o uso terapêutico da ayahuasca tem sido objeto de interesse crescente em pesquisas científicas e práticas clínicas. Embora a ayahuasca seja tradicionalmente associada a rituais religiosos e espirituais, estudos têm explorado seu potencial para tratar diversas condições de saúde mental. A legalidade do uso varia de país para país. No Brasil, a ayahuasca é permitida apenas em contextos religiosos. 

Algumas áreas em que a ayahuasca tem sido investigada para fins terapêuticos:

Depressão e Ansiedade: Estudos sugerem que a ayahuasca pode ter efeitos antidepressivos e ansiolíticos, possivelmente devido à ativação de vias serotoninérgicas no cérebro.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Pesquisas preliminares indicam que a ayahuasca pode ser útil no tratamento do TEPT. Ela pode ajudar os pacientes a processar traumas passados e reduzir os sintomas associados.

Consumo abusivo de substâncias psicoativas: Alguns estudos sugerem que a ayahuasca pode ser eficaz no tratamento do alcoolismo e tabagismo, ao promover insights profundos e mudanças comportamentais.

.

.

Fique atento/a às notícias do site da Cannadélica para mais informações sobre as terapias assistidas com psicodélicos.

E se tiver qualquer dúvida, não deixe de nos chamar!

A Cannadélica é a primeira associação do Brasil com ênfase nas demandas e cuidados relacionados à Saúde Mental, Cannabis Terapêutica e Terapias assistidas com psicodélicos!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts relacionados